Formados por moléculas químicas com grande potencial de interação, os defensivos agrícolas podem aderir à parede do tanque e às demais partes que compõem o pulverizador, como bomba, mangueiras, pontas e filtros. De acordo com o engenheiro agrônomo Maicon Rosário, do Detec Cocari, o acúmulo de resíduos ocorre devido a limpeza esporádica do equipamento, mistura de agroquímicos e sobra de calda dentro do tanque.

O prolongamento da vida útil dos equipamentos que passam por esses processos. A contaminação do pulverizador a médio e longo prazos interfere diretamente na vida útil do equipamento. A partir do momento em que o pulverizador está contaminado, esses resíduos poderão aumentar a pressão do circuito hidráulico, assim, forçarão o sistema, podendo provocar vazamentos e desgaste prematuro das pontas de pulverização. Outros benefícios podem ser obtidos a partir da correta limpeza dos equipamentos. O equipamento sempre limpo e regulado evita a possibilidade de ocorrer fitotoxidade na cultura pulverizada, ou seja, uma injúria na planta causada por um defensivo agrícola não recomendado para aquela cultura ou em uma sobredosagem.

O ideal é que o produtor faça a limpeza no mesmo dia em que foram realizadas as pulverizações, pois isso evita a decantação dos produtos e facilita o processo. Uma sugestão é que, assim que acabar a pulverização, o produtor adicione um terço do tanque de água limpa e pulverize essa água na própria lavoura, evitando que os resíduos dentro do tanque sequem e dificultem o processo de limpeza

Se o agricultor deixa de fazer a limpeza, aumentam as chances de haver manutenção precoce do equipamento, sub ou sobredose dos produtos pulverizados — devido ao entupimento ou desgaste das pontas ou bicos de pulverização causados por resíduos — e há ainda a possibilidade de ocorrer fitotoxidade na cultura, principalmente após a pulverização de herbicidas.